Piano
O piano é amplamente utilizado na música ocidental, no jazz,
para a performance solo e para acompanhamento. Embora não seja portátil,
o piano é um instrumento versátil, uma das características que o tornou
um dos instrumentos musicais mais conhecidos pelo mundo. É um ótimo
instrumento para melhorar a coordenação motora e para fazer
acompanhamentos com quase todos os tipos de instrumentos, sendo possível
tocar vários gêneros musicais e ritmos.
Na Timbres, as aulas de piano podem ser iniciadas tanto no
teclado, quanto no próprio piano. O aluno irá conhecer as notas,
processo de leitura, exercícios de coordenação motora (mão direita e
esquerda), músicas mais simples e a formação de acordes. As aulas são
divertidas e descontraídas e o aluno pode trazer suas músicas prediletas
para aprender a tocá-las durante as aulas. Mas o professor sempre irá
trazer novidades como novos exercícios, técnicas e novos estilos
musicais para serem aprendidos.
Piano
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
O
piano[1] (
apócope derivado do
italiano pianoforte) é um
instrumento musical de
cordas, pelo sistema de classificação de
Hornbostel-Sachs.
[2]
O som é produzido por peças feitas em madeira e cobertas por um material (geralmente feltro) macio e designados
martelos, e sendo ativados através de um
teclado,
tocam nas cordas esticadas e presas numa estrutura rígida de madeira ou
metal. As cordas vibram e produzem o som. Como instrumento de cordas
percutidas por mecanismo ativado por um teclado, o piano é semelhante ao
clavicórdio e ao
cravo. Os três instrumentos diferem no entanto no mecanismo de produção de som. Num cravo as cordas são
beliscadas.
Num clavicórdio as cordas são batidas por martelos que permanecem em
contacto com a corda. No piano o martelo afasta-se da corda
imediatamente após tocá-la deixando-a vibrar livremente.
[3]
Teve a sua primeira referência publicada em 1711, no "Giornale dei
Litterati d'Italia" por motivo da sua apresentação em Florença pelo seu
inventor
Bartolomeo Cristofori.
A partir desse momento sucede-se uma série de aperfeiçoamentos até
chegar ao piano atual. A essência da nova invenção, residia na
possibilidade de dar diferentes intensidade aos sons e por isso recebeu o
nome de "piano-forte" (que vai do
pianíssimo ao
fortíssimo)
e mais tarde, reduzido apenas para piano. Tais possibilidades de
matrizes sonoras acabaram por orientar a preferência dos compositores
face ao clavicêmbalo.
[4]
Os pianos modernos, embora não se diferenciem dos mais antigos no que
se refere aos tons, trazem novos formatos estéticos e de materiais que
compõem o
instrumento. Um piano comum tem, geralmente, oito
lás, oito
sis bemóis, oito
sis, oito
dós, sete
dós sustenidos, sete
rés, sete
mis bemóis, sete
mis, sete
fás, sete
fás sustenidos, sete
sóis e sete
sóis sustenidos, formando um total de 88
notas musicais[5]. Se for um de 97
notas musicais, do tipo Bösendorfer 290, ele terá nove
dós, oito
dós sustenidos, oito
rés, oito
mis bemóis, oito
mis, oito
fás, oito
fás sustenidos, oito
sóis, oito
sóis sustenidos, oito
lás, oito
sis bemóis e oito
sis.
O piano é amplamente utilizado na música ocidental, no
jazz,
para a performance solo e para acompanhamento. É também muito popular
como um auxílio para compor. Embora não seja portátil e tenha um alto
preço, o piano é um instrumento versátil, uma das características que o
tornou um dos instrumentos musicais mais conhecidos pelo mundo.
[6]
Tipos de piano
Existem duas versões do piano moderno: o piano de cauda e o piano vertical (piano armário).
O
piano de cauda tem a armação e as cordas colocadas
horizontalmente. Necessita por isso de um grande espaço pois é bastante
volumoso. É adequado para salas de concerto com tetos altos e boa
acústica. Existem diversos modelos e tamanhos, entre 1,8 e 3 m de
comprimento e 620 kg. Pianos excecionais : todos os fabricantes fazem
piano pianos excecionais (artcase), alguns são apenas decorações ou
mudanças dramáticas nos atuais (pés trabalhados, pintura, capa) são
outras alterações radicais como o Pegasus] por Schimmel ou o M. Liminal
projetado por NYT Line e composto por Fazioli.
[6]
O
piano de armário tem a armação e as cordas colocadas verticalmente. A armação pode ser feita em
metal ou
madeira. Os martelos não beneficiam da força da
gravidade.
[6]
Pode considerar-se um outro tipo de piano: o piano automático ou
pianola. Trata-se de um piano com um dispositivo mecânico que permite premir as teclas numa seqüência marcada num rolo.
Alguns compositores contemporâneos, como
John Cage,
Toni Frade e
Hermeto Pascoal,
inovaram no som do piano ao colocarem objetos no interior da caixa de
ressonância ou ao modificarem o mecanismo. A um piano assim alterado
chama-se
piano preparado.
A Família Real portuguesa incentivou o uso do pianoforte no Brasil.
Mecanismos
Teclado
Praticamente todos os pianos modernos têm 88 teclas (sete
oitavas
mais uma terça menor, desde o lá0 (27,5 Hz) ao dó8 (4.186 Hz)). Muitos
pianos mais antigos têm 85 teclas (exatamente sete oitavas, desde o lá0
(27,5 Hz) ao lá7 (3.520 Hz)). Também existem pianos com oito oitavas, da
marca austríaca Bösendorfer. As teclas das notas naturais (
dó,
ré,
mi,
fá,
sol,
lá e
si) são brancas, e as teclas dos acidentes (
dó ♯,
ré ♯,
fá ♯,
sol ♯ e
lá ♯ na ordem dos
sustenidos e as correspondentes
ré ♭,
mi ♭,
sol ♭,
lá ♭ e
si ♭ na ordem dos
bemóis) são da cor preta. Todas são feitas em madeira, sendo as pretas revestidas geralmente por
ébano e as brancas de
marfim, já em desuso e proíbido no mundo, ou de material plástico.
Pedais
Os pianos têm geralmente dois ou três pedais, sendo sempre o da
direita o que permite que as cordas vibrem livremente, dando uma
sensação de prolongamento do som. Permite executar uma técnica designada
legato, como se o som das notas sucessivas fosse um contínuo. Compositores como
Frédéric Chopin usaram nas suas peças este pedal com bastante frequência.
O pedal esquerdo é o chamado
una corda. Despoleta nos pianos
de cauda um mecanismo que desvia muito ligeiramente a posição dos
martelos. Isto faz com que uma nota que habitualmente é executada quando
o martelo atinge em simultâneo três cordas soe mais suavemente pois o
martelo atinge somente duas. O nome
una corda parece assim
errado, mas nos primeiros pianos, mesmo do inventor Cristofori, o desvio
permitia que apenas uma corda fosse percutida. Nos pianos verticais o
pedal esquerdo consegue obter um efeito semelhante ao deslocar os
martelos para uma posição de descanso mais próxima das cordas.
O pedal central, chamado de
sostenuto possibilita fazer vibrar
livremente apenas a(s) nota(s) cujas teclas estão acionadas no momento
do acionamento dos pedais. As notas atacadas posteriormente não soarão
livremente, interrompendo-se assim que o pianista soltar as teclas. Isso
possibilita sustentar algumas notas enquanto as mãos do pianista se
encontram livres para tocar outras notas, o que é muito útil ao
realizar, por exemplo, passagens em baixo contínuo. O pedal
sostenuto
foi o último a ser incrementado ao piano. Atualmente, quase todos os
pianos de cauda possuem esse tipo de pedal, enquanto entre pianos
verticais ainda há muitos que não o apresentam. Muitas peças do século
XX requerem o uso desse pedal. Um exemplo é "Catalogue d'Oiseaux", de
Olivier Messiaen.
Em muitos pianos verticais, nos quais o pedal central de
sostenuto foi abolido, há no lugar do pedal central um mecanismo de surdina, que serve apenas para abafar o som do instrumento.
SP
Recentemente os chamados pianos elétricos passaram por uma grande
evolução. São chamados de SP (Stage Piano ou piano de palco). Têm
exatamente o mesmo número de teclas do piano acústico e aproximam-se
cada vez mais do seu som, onde nos mais atuais, possuem ate timbres de
gravações de alta fidelidade dos mais famosos pianos acústicos do mundo,
entre eles o Steinway, Yamaha, Bosendorfer, etc. Muitos possuem ainda
sons de outros instrumentos musicais, como no caso dos teclados
eletrônicos. O 'som' do piano elétrico é na verdade uma gravação do 'som
autêntico' de um piano acústico, com amostras sonoras chamadas de
"samples". Suas teclas são 'sensitivas', pois simulam a intensidade
sonora do piano convencional. Muitas vezes, nesse grupo do conjunto
timbres, teclas e funções, não deixam nada a desejar em relação a
algumas marcas de pianos acústicos. Hoje a popularização desses SP é
muito grande no mundo face aos preços mais acessíveis e grande poder de
transporte.
A afinação de um piano
«Os afinadores de piano não afinam; desafinam-no (temperam-no) de uma maneira controlada»
Os martelos e as cordas do piano
Não é possível num instrumento com teclado ou com trastos obter
quintas, terças e oitavas todas «justas» no sentido físico do termo, ou
seja, perfeitamente consonantes. Em outras palavras, se forem afinadas
todas as quintas sem
batimento,
haverá batimentos para a oitava. E as terças não serão justas. Para
chegar a oitavas perfeitas o afinador tem que encurtar uma ou mais
quintas. O temperamento de uma escala é exatamente o ajuste dos
intervalos entre as notas, afastando-os do seu valor natural
«harmônico», para fazer com que os intervalos caibam numa oitava.
No sistema de temperamento igual, que (geralmente) é o adotado
atualmente no ocidente, os intervalos de quinta, terça e quarta não são
perfeitamente consonantes. Mas o seu batimento é bem suportável e o
ouvido contemporâneo já se habituou a ele. Só as oitavas são perfeitas.
As quartas aumentadas (ou quintas diminutas) ainda que não sejam
consonantes, também tem seu valor harmônico exato.
Hoje em dia, depois de afinarem bem cada quinta, os afinadores
encurtam-na ligeiramente temperando-a até que se ouça uma flutuação
distinta de volume que tem um som «ondulante» - o que se chama um
batimento. Na oitava central do piano, as quartas e quintas devem soar
com aproximadamente um batimento (uma ondulação) por cada dois segundos,
enquanto as terceiras maiores e as terceiras menores devem criar
aproximadamente três batimentos por segundo.
Exceto as oitavas, nenhum outro intervalo fica a soar «puro»
acusticamente, embora a impureza seja suficientemente fraca para ser
tolerável pelo ouvido. Mas só assim é possível conseguir que uma mesma
melodia tocada em várias tonalidades soe do mesmo modo.
Além disso, os bons afinadores de piano aumentam as oitavas nos
graves e nos agudos, para terem em conta as características da perceção
auditiva humana. O que acontece é que o material com que são feitas as
cordas provoca a existência de harmônicos ligeiramente mais elevados do
que os que correspondem a razões de inteiros, o que faz com que uma
oitava só soe bem se for ligeiramente aumentada («stretched octave»).
Tipicamente, as oitavas mais graves acabam por ficar cerca de 35
cents mais curtas e as mais agudas 35
cents mais longas do que a oitava central. O efeito é menor num piano de cauda, por ter cordas mais longas.
E não se deve de fato usar um temperamento igual nos agudos. Porque,
com um temperamento igual, se executarmos passagens menos rápidas nas
regiões agudas, usando terças, já surgem cerca de 40 batimentos por
segundo o que cria uma espécie de linha de baixo fundamental abominável,
muito perto do verdadeiro baixo, que soa como se estivesse a ser tocada
num instrumento desafinado.
É de referir que um piano normalmente fica, pelo menos, ligeiramente
desafinado quando é transportado ou quando é sujeito a fortes correntes
de ar.
Algumas curiosidade
Resumo do mestre Newton Freitas (com acréscimos): Um afinador de
pianos é em parte cientista, em parte artista e em parte psicólogo. Um
cientista, pois deve conhecer os fundamentos físicos da harmonia e da
dinâmica de propagação das ondas. Um artista, pois deve ter o toque
seguro de um excelente músico ao utilizar seus instrumentos. Um
psicólogo, pois deve conhecer e deve saber definir as necessidades de
seus clientes.
Mas essas são características desejáveis, pois a característica
indispensável ao afinador é ter um bom ouvido: é ter a capacidade de
discernir as variações mínimas dos sons produzidos em toda a extensão do
teclado, desde as notas graves (a partir de 30 ciclos por segundo) até o
ponto culminante das notas agudas (mais de 4.000 ciclos). Até os 25
anos de idade, a pessoa pode aprender as infinitas sutilezas dos sons.
Destinada a “colocar o piano no tom”, a afinação é um processo com o
objetivo de colocar todos os elementos do piano num ponto de equilíbrio
(em primeiro lugar, o tom correto; depois, a voz agradável, responsável
pela sonoridade própria, variável de acordo com o lugar); é um processo
extremamente complexo, pois um piano, um instrumento nada prático, tem
mais de duzentas cordas e cada uma delas deve estar afinada num
determinado tom.
Cada tom, por sua vez, deve relacionar-se com os tons das outras
cordas, de forma a produzir, em toda a extensão do teclado, uma série de
tons com intervalos regulares, desde a extremidade grave até a
extremidade aguda.
Quando um afinador ajusta as notas de um piano, ele altera, com muita
precisão, a tensão de cada corda girando a cravelha à qual ela se
prende em uma de suas extremidades, até alcançar o tom desejado, mais
agudo ou mais grave. A mão esquerda pressiona as teclas enquanto a mão
direita gira as chaves de afinação.
Com um bom ouvido e mão certeira, um bom afinador não leva mais de
uma hora ou hora e meia para deixar o piano afinado. Um bom afinador não
é chamado de volta pelo cliente pouco depois, observa Luc, restaurador e
comerciante de pianos usados em Paris (Luc só vende pianos a comprador
recomendado por cliente. Tem por norma convidar o comprador para
experimentar, tocar e examinar os instrumentos; depois, deixa-o decidir
por si mesmo).
Os pianos com cravelhames (suporte das cravelhas) totalmente de metal
mantêm a afinação por muito mais tempo (as cravelhas, inseridas nos
cravelhames, retesam as cordas).
Um piano novo precisa de um período de maturação durante o qual ele
não apenas se aclimata ao ambiente, como se adapta ao estilo e à
freqüência de uso. As correntes de ar não fazem bem algum, mas a
exposição direta ao calor é a morte, ensina Luc.
Um piano bem tocado, com freqüência, quase sempre atinge um
equilíbrio perfeito e sua sonoridade ótima em poucos anos. Se for bem
cuidado, continuará a responder adequadamente durante muitas décadas,
até mesmo por várias gerações. Mas os pianos, de um modo geral, começam a
deteriorar lentamente depois de um período inicial de amadurecimento.
Há pianos vivos, para serem tocados, e há pianos para museus.
Em razão desse processo de vida, um concertista quer sempre tocar num
instrumento no apogeu de sua transitória existência, devidamente
sazonado e amaciado, além de mecanicamente perfeito. Essas condições só
se mantêm durante uns poucos anos, na melhor das hipóteses. Na maioria
das salas de concerto, os pianos são alugados. O piano alugado pode
sempre ser substituído por outro em melhores condições.
O piano deve sempre ser tocado. É melhor ser mal tocado a não ser
tocado. O piano assemelha-se bastante a um organismo vivo com
necessidade de estímulos para o todo funcionar harmonicamente.
Quando é tocado, todas as suas partes estão sujeitas a vibrações e,
ao longo do tempo, o efeito dessas vibrações no conjunto das partes é
mais ou menos uniforme: as cravelhas apóiam-se de certa forma no bloco
de cravelhas; os martelos respondem às teclas de maneira regular; o
tampo harmônico se flexiona e vibra dentro dos limites esperados.
Se não for tocado, nenhuma das partes se move e o único fator atuando
sobre o todo é o processo longo e lento de deterioração, agravado com
as mudanças de temperatura e umidade, além da pressão constante das
cordas retesadas.
Luc reconhece num piano usado: se o piano foi muito tocado ou não; se
o ambiente onde esteve tinha o nível correto de umidade (uma regra de
ouro); se havia criança na casa; e até mesmo se foi transportado em
navio recentemente (a pior coisa possível de ocorrer com um piano).
Quando um piano é transportado para um ambiente diferente, ele sofre o
choque da mudança. A mudança influi na madeira, a qual absorve
quantidades diferentes de umidade, e nos pinos de afinação, os quais
saem do lugar. O piano exige um certo tempo para aclimatar-se a um novo
ambiente. O processo de aclimatação leva provavelmente alguns meses, até
as várias peças de madeira e os encaixe começarem a respirar com um
todo. Nessa fase, o piano requer uma série de afinações sucessivas para
chegar ao tom desejado; é de se esperar o piano perder a afinação em
pouco tempo.
Cada piano tem características absolutamente individuais, mesmo
quando comparado a outros da mesma marca e da mesma idade, diz Luc.
Os pianos modernos têm 88 teclas: as “naturais” (brancas) e as
“acidentais” (pretas). Pressionando-se uma tecla, uma nota é tocada e
produz um som puro com um ponto de referência fixo expresso em vibrações
por segundo, o mesmo para todos os pianos. A tecla faz mover o martelo e
o martelo golpeia uma corda ou geralmente mais de uma corda: são 88
teclas para mais de 200 cordas, todas esticadas entre dois pontos, com
bastante tensão. As vibrações da corda produzem um som correspondente a
uma nota específica. Quanto maior a tensão, melhor. A tensão afeta
diretamente tanto o volume quanto a qualidade da nota.
Muitos pianistas, principalmente os concertistas, preferem o teclado
de marfim, porque, segundo eles, absorve o suor dos dedos e é mais suave
ao toque em relação aos seus substitutos à base de polímetros. Com o
tempo, o marfim das teclas fica amarelado. A utilização do marfim nos
teclados foi proibida na década de 80.
A simples vibração das cordas de um piano produz um som fraco e de
pouca ressonância. O tampo harmônico, uma placa de madeira grande e
fina, recebe a vibração das cordas e tanto vibra também como aumenta o
som. Quando um piano toca, toda a estrutura de madeira vibra e ressoa de
maneira solidária aos sons produzidos pelas cordas.
Bartolomeo Cristofori, fabricante de instrumentos da corte dos
Médici, em Florença, é considerado o inventor do piano. Sabe-se da
existência de piano desde 1694. A invenção ocorreu em torno do ano de
1700, diz-se por consenso.
Cristofori inventou um meio de fazer uma corda, posta a vibrar, tocar
mais alto. Antes, os instrumentos de teclado deixavam a desejar por
várias razões: os clavicórdios produziam um som baixo, somente
apropriado para ambientes pequenos; os cravos, de maior tamanho,
produziam um som mais forte, mas a força com a qual se pressiona a tecla
não alterava o volume do som produzido.
O piano trouxe a inovação revolucionária de traduzir o movimento de
uma tecla em uma nota de volume variável: uma tecla pressionada com
força produz um som forte e claro; pressionada de forma leve produz uma
nota suave. O sistema mecânico do piano vem sendo aprimorado, mas, em
sua essência, continua o mesmo.
Quando Johann Cristian Bach tocou seu primeiro solo de piano em 1768,
na Inglaterra, esse instrumento de teclas já era um triunfo
inquestionável. O período barroco cedeu passagem ao clássico e o piano
foi o meio perfeito para a nova expressão da música, com a influência de
Haydn, Mozart e Beethoven.
A “Hammerklavier” é a mais longa das trinta e duas sonatas de
Beethoven para piano. Revelação dos limites extremos da pujança e da
expressividade do piano, essa sonata é considerada a de mais difícil
execução e sua obra mais visionária. Beethoven, caracterizado pela fúria
dispensada aos teclados para sentir as vibrações de sua música,
influenciou na manufatura de pianos.
Liszt representa a vanguarda no fenômeno da divulgação do piano. Ele
gostava de dar recitais. No início, quando os pianos eram menos
resistentes, sem estrutura de ferro, Liszt, ao longo de uma
apresentação, poderia destroçar o instrumento utilizado, por força de
uma execução não apenas enérgica, mas também obsessiva, avassaladora e
arrasadora. Ele costumava ter um ou dois pianos de reserva em seus
concertos.
Chopin era o oposto de Liszt em estilo de execução e preferia uma
forma mais sutil de tocar. O volume do som não interessava a Chopin,
criador de uma técnica revolucionária para revelar sutilezas harmônicas e
rítmicas.
O piano de cauda foi imaginado por Cristofori a partir da harpa. O
piano de cauda é uma harpa dentro de uma caixa, observou Leigh Hunt.
A diferença de um piano de cauda para um piano de armário é quanto ao
plano vertical ou horizontal do tampo harmônico e as cordas em relação
ao teclado: no piano de armário, o plano é vertical; no piano de cauda, o
plano é horizontal, possibilitando a vantagem de cordas mais longas e
sensíveis. Em Paris, devido à área relativamente pequena da maioria dos
apartamentos, os pianos de armário são mais procurados e, em
conseqüência, são mais valorizados.
O piano oficial da Casa Branca é um “Steinway”, modelo D, de
fabricação americana mas de origem alemã, de 1930, com gabinete em mogno
natural e três pernas douradas no feitio de águias. Essa marca, de fora
da Europa, onde estão os mais renomados pianos do mundo, hoje é uma das
mais consagradas com muitas orquestras sinfônicas e teatros no mundo os
possuindo, principalmente o "model D concert" fabricado na alemanha. Os
pianos da Yamaha japonesa também possuem renomes a altura como o "model
C7" também de exaustivo uso nos mais famosos palcos de concerto.
Historicamente, Napoleão III deu um belo “Bosendorfer” (austríaco) à sua
imperatriz Eugénie. O czar Nicolau ofereceu à sua Alexandra um
“Schroeder”. São outras grandes marcas de pianos: a inglesa “Broadwood”,
a americana “Chickering”, a alemã “Bechstein”, a austríaca “Stingl”, as
francesas “Erard” e “Pleyel”.
A Alemanha, avalia Luc, é o único país ainda a produzir uma grande
variedade de pianos e mantém uma tradição de excelência no trabalho
artesanal. Basta ver as marcas: Bechstein, Grotrian, Steingraeber,
Bluthner, Ibach, Forster, Schimmel, Thurmer, Sauter, Seiler.
Uma das melhores marcas de piano do mundo atualmente é a italiana
“Fazioli”. São instrumentos extraordinários, praticamente feitos à mão,
com produção limitada, comenta Luc, o qual acrescenta: são os pianos
mais caros do mundo; um “Fazioli” de cauda para concertos custa mais de
US$ 100 mil. A produção foi iniciada em 1980 sob a condução de Paolo
Fazioli, preocupado em dar sonoridade própria aos seus pianos.
Essa sonoridade própria, explica Paolo Fazioli, é viabilizada quando
se busca dar equilíbrio a muitos sons, geralmente não ouvidos, de
extrema suavidade e de elevada sutileza. A importância desses sons para a
sonoridade do piano lembra a capacidade de grandes conhecedores de
vinho de apreciar todas as sutilezas de uma grande safra: ninguém
precisa saber dessas sutilezas para apreciar um vinho excelente, mas o
fabricante do vinho precisa reconhecê-las a fim de aperfeiçoar sua arte.